quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DA MORTE AO NASCIMENTO DA NOVA ESPERANÇA

" Eis ali o que veio pra salvar o mundo, mas a ele mesmo não pôde salvar, está só nessa hora impar onde tudo é adeus, tudo é pretérito, tudo tem um ar de esquecido, pregado no madeiro e ungido de seu próprio sangue, banha-se dos pecados do mundo e agora sofre o sofrimento dos homens devido ao próprio julgamento dos homens...
Mesmo aqueles que o seguiam e aclamavam com amor, nessa hora de raios e trovões, se encolhem no seu medo, fazem-se insetos que se acolhem nas frestas durante a tempestade, não pergunte por que, não julgues para que não sejas julgados, tudo é mistério... Sonde em si o silêncio, ouça o mover da presença do Criador sobre os caminhos do mundo, se maravilhe do intenso amor do Pai que doou seu filho unigênito ao sacrifício de dor e amor, mesmo aqui uma rima comum, que ponteará o desenrolar da historia do mundo durante os séculos e milênios da vida dos homens...
Sintam a dor que esmigalha o útero desta mulher que concebeu esta dádiva, que permitiu ao mundo uma chance de se arrepender de todos os seus dias negros, esmiúce na alma dos homens seus sonhos e pesadelos e busque conhecer suas aflições e compreender seus atos nem sempre corretos ou justos, pois tudo é um momento. Momento de dúvida, momento de medo, momento de brutalidade, momento de incompreensão, momento de preconceito, momento de reflexão são todos pré-julgamentos que todos fazemos em horas ditas comuns.
Hoje, contrito desse sofrimento, me apresento a vocês, sou um personagem da história dos homens e vivo a margem da sociedade, sou o excluído, o repelido, o apontado, o que recebe os xingamentos... E sou eu, um rosto qualquer numa multidão de desconhecidos, que vou elucidar para vocês uma parte da vida desse justo que julgado pelos corações sofridos dos homens foi condenado ao madeiro por seus crimes, seu crime de amar o mundo..."