Eu
sou simplesmente a eterna Flor do Mal
Esvai-se
de mim
Todos
os males da era cristã,
Meu
sangue carmim é sucursal
Do
pecado maior do homem dito Caim
Palatal,
meu beijo cruel e mortal
Assassinará
a morte, o consorte, e o forte
Pois
acima de tudo está a dor
Tinta
severa que com o apoio do pincel
Tinge
de sofrimentos os melhores momentos
De
nada ira adiantar saber
Ou
mesmo se banhar ricamente
Dos
ungüentos sangrentos de Alkbar
Como
se salvar do que virá total,
Cruel,
e avassalador para matar
As
flores, essas cores tão felizes, tão alegres
Em
tons tão campestres, e colher os morangos
Os
morangos silvestres tolhidos de fel
Putreficarão
as carnes, as Carmens,
Pasmem
Meu
sangue ulcera almas
Que
vomitam seus dias felizes
Nesta
mesa de tábuas polidas
Onde
um jarro com rosas podadas
Enfeita
a miséria de suas vidas
Pobres
infelizes, julgam-se felizes
Desconhecem
o amargo sabor do meu beijo
Por
isso querem ser beijados
Malditos,
agora se proverão do âmago de meu fel
Meu
veneno rico de tudo aquilo
Que
o homem tem vergonha de confessar.
Não
adianta correr meu mal irá lhe alcançar,
Alçar
o grande vôo
Cobrir
o mundo da sombra sepulcral
Entre
farpas vestir-se semideus, e nu
Jorrar
nos homens o maior prazer seu
Pois
eu sou a eterna Flor do Mal
Antes
de mim só saudades e sorrisos
Agora
vórtices do parto entre espasmos e labor
Correto,
virá assim o som torpe do trator
A
desvendar segredos tão antigos
Que
os meninos após envelhecerem, rejuvenescem
Os
frutos verdes apodrecem e lhe sirvo
O
mais amargo dos meus sulcos
Pois
expulso do paraíso, segregado pelos turcos
Te
farei sofrer todas as minhas decepções
Vou
te chagar com meus melhores arpões
Para
encerrar nos homens, primatas,
Seu
destino já decidido e lavrado em atas
Assim
encerrar mudo o canto
Que
desabrochará o infinito concreto
Enquanto
rompem-se as cordas do violino
No
meio do principal concerto
Enxerto
o meu próprio aborto,
E
você nasce no suplício desse parto
Mas
eu, Flor do Mal, não me mato
Adubo
os meus espinhos para crescerem
Até
serem falos imperiais
Porque
isso tudo se faz crucial
Pelo
simples fato capital
De
que lhe dizer é primordial
Dos
gêmeos sois, só brilha um, por quê
Eu
sei : _ eu amo você !