segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SOMBRAS ÍNTIMAS E SEPULCRAIS

Hoje, eu posso lhe dizer: adeus,
Olhar para trás, e não chorar
Pois minhas lágrimas secaram
Logo após transbordar o segredo
Aquilo que em mim não se dizia
Despiu-se inteiro do velho medo
Contornando de lilás as garras
Das sombras íntimas e sepulcrais.
Vai, ouça o que não digo
Meu desejo é o meu maior castigo
Eu, flor do objeto que é sofrido
Coloro de tons sóbrios o esquecido
Pois o que há de maior que o nada
Somente a alma morta
A virgem violentada que acalenta
Em seus braços
A desgraça em seu ventre gerado
Mirra e incenso de desprezo e agonia
Por ventura não é a manhã
A voz que a noite tortura
Como vencer então
A extrema hora de desventura?
Tende compaixão do meu sorriso
Ele é tão verídico como a falsa flor
Todo de plástico
É só sarcasmo
Ranço, ira, rancor
Quero ver quem se despirá do pudor
E feliz, assassinará o amor
Porque eu, não sou nada
Sirvo-me frio em baixelas frias
Temperado por oliva, sal, e vinagre.




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