Me
beije.
Vamos.
Venha até aqui e me beije.
Não!
Não
beije minha boca,
Beija-la
é simples e normal.
Beije
com estes lábios sepulcrais
As
chagas do meu corpo
Que
por seu corpo se faz,
Sinta
o pulsar quando se cicatrizam
Ou
quando emotivas choram sangrando.
Esquecidas
se inflamam
Deixam
escorrer o gosto de sua saliva
Cantam
serenamente com a casta
Suavidade
triste das divas.
Bêbedas
de mercúrio se embriagam, se jogam
Vestem-se
de gases e esparadrapos
Esperam
sozinhas no quarto
A
porta que não abre, a voz que não chega
Pobre
alma cheia de chagas
Cujos
lábios querem ser beijados
Estupra-se
com o dedo
Para
poder ver-se sangrar,
Coagulando
os sorrisos
Enquanto
espera seus lábios a tocar.
Estes
lábios com nojo da chaga beijar
Entope-se
de ácidos
E
desmaiam...
Enquanto
a chaga se põe a chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário