segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A ROSA E O ESPINHO

Eu jamais amei uma rosa
Como amo teus espinhos
Que a mim chagam
No simples gesto de cometer um carinho,
Sinto enorme prazer quando nas noites frias
Um sofrimento atroz
Desata suas cordas, sua voz
E você é simplesmente meu.
Sua dor é o momento sublime
Em que o meu acalanto
Todos os seus medos suprime
Pois o espasmo fiel deste parto
Sangra o meu beijo sozinho
Enquanto me procuro, e não me acho
Corro, caio, fecundo o velho ato
Algoz, o anjo veloz corre ao rio
Colhi suas lágrimas frias
Enquanto tu rias, sabias
Que eu sofria o meu sorriso?
Eu nunca soube sorrir,
Eu simplesmente abria a boca
E mostrava os dentes.
Tende infinita piedade de mim
Porque somente eu sei o quanto amei
Ser sangrado pelos teus espinhos
E mais, curar minhas chagas
Sozinho.
Eu jamais amei uma rosa
Por não ter os teus espinhos
Que sangram com carinho.





                                                           

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