domingo, 24 de agosto de 2014

HÁ, ONDE ESTAIS

Deus, por favor,
Eu preciso desesperadamente
De um amor
Algo similar e quântico
As adições de dor,
Sarcasmo, mau humor
Até que exploda em espasmos
Em fluídos gozados
A pétala ungida de espinho
E flor.
Como nascer a palavra, a filha
Desesperada, métrica do maldito estilo?
Como sofrer essa Flor do Mal?
Como colher como Baudelaire?
Saboreando o inferno dantesco das lágrimas wildianas...

Não há poesia fora dos grilhões!

Como se pode exigir
Que a veia tensa locomova o músculo roxo
Convertendo teoria em souvenires
De um coxo
Se eu já não sei da dor.
Talvez tenha esquecido como dói
Quebrar as costelas do amor
Mas já não possui cor esse arco-íris incolor
Pois apesar de almejar ser livre
Nada melhor que ser escravo,
Qual o maior prazer:
Ser sol ou tornar-se eclipse?
Não, eu já não quero ser sozinho
Prefiro à tapa a nenhum carinho.

Eu,
Poeta tosco de versos urbanos
Construo de arames meu sexo
Gero em mim a vergonha envolta em panos
Sou apenas, humano.





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