domingo, 24 de agosto de 2014

METAMORFOSE

A dor invade a minha alma
E minha saliva mingua-me de sede
Como se afogasse o mundo
Eu, imunda seda, maltrapilhado trapo
Trago ainda em mim
A extrema tortura esquecida
Que é o reflexo nas águas de meu fim
Pois do puro marfim que me fiz
Desci ao lodo mais escuro e fiz-me
Mísera larva preta na ânsia do dia
De erguer-me impávida borboleta.




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