Vamos
olhar com um olhar atroz,
Que
faz sangrar o ato
Trágico
que consome todos nós,
Pois
hoje o meu imenso amor morreu...
Morreu
sadio, mas vadio, se esqueceu
Do
nome que sempre ousei falar
Negava-se
à tragédia
Mas
sempre me permitiu eu me matar.
Despudorada,
sempre me matei no teu corpo
Conforme
ardo, aqueço o chá
Da
ira, da guerra, da fera
Porque
eu, menina, nasci donzela
Para
mulher ser a cadela
A
latir o chamado nome do amado.
Amargo
dia este em que meu ser
É
sobremesa roída e largada a mesa
Pois
todos já se enjoaram de comer
Agora
a minha alma
Não
sabe o que fazer
Sê
correr, se desespera;
Sê
espera, quer morrer;
Sê
morrer, perde a luta
Por
isso, veste o rubro da noite
Arma-se
da renda e do açoite
Enquanto
no coito se metrifica
Para
se libertar do que a escraviza
Tornando-se
assim o verso livre
Despido
do medo e repleto de ojeriza
Antes
o que me edificava
É
o que hoje me martiriza
Porque
minha melhor florada
Resume-se
no imortal amontoado negro
Das
pétalas ríspidas da nova ferida.
Quero
ser crucificado no mangue
Não
para que se diga: _ Tal qual Cristo.
Mas
para que se lembrem que eu amei
E
morri pelo mal para o bem disto
Talvez
dito isto, o que resta
Além
do papel eternizado,
Das
lágrimas descritas,
Das
noites claras cheias de ciscos.
Tudo
agora respira em vão
Inclusive
esse aborto do meu coração,
Vou
reintegrá-lo em mim
No
revés voraz do meu parto
Pois
trancado na senzala de meu quarto
Quem
terá pena de mim?
Então,
sozinho, frio, e morto
Vou
encontrar conforto no fim
E
meus amigos: desconhecidos
Virão
jogar pétalas no meu túmulo de poeta
Pois
o profeta nasce do verso
Eu
rezo pelo instante fatal
Em
que meu verso, será meu rosário
O
rosário negro do poeta.
Por
esta ser a meta,
Vês
esta janela? Fecha
Pois
tenho aqui um arco e uma flecha
Atire,
e feche esta maldita brecha.
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