sábado, 15 de agosto de 2009

ADEUS PARA UM ARTISTA

“ Black out. O menestrel de Moliére surge na cena e com seu bastão, toca ruidosamente três vezes o solo, é o sinal, se descortina para a vida o homem que fez do palco sua casa e da luta sua bandeira. Ator, operário da criação, que transforma das desventuras de existir um mistério para poder seguir em frente e é senhor e servo dessa labuta cotidiana de mudar do simples algo por demais complexo... Assim, foi Josias Amon, que reverenciou o publico pela ultima vez no dia 24 de julho de 2009, e partiu em viagem para um novo lar, um outro palco onde estrelam nomes sem par que como ele fizeram da arte seu maior tesouro, seu legado para as gerações futuras e sua semente que germinará de beleza o esplendor do ser e transformará os dias num prolongamento de luz e cor, pudesse ser Chaplin agora e dizer smile ( sorria ) pois na vida existem momentos, momentos de luminosidade e alegria, momentos nublados e de consternação e momentos soturnos e tristes, mas na veia do artista esses momentos são as ferramentas da criação, Deus foi o primeiro iluminador da humanidade quando disse:_Haja luz. E houve luz, e por conseguinte o que é o evangelho senão um grande espetáculo de vida e amor, e nós personagens dessa história... Falar do evangelho é rememorar com enorme emoção a talvez mais visceral e apaixonante das atuações de Josias, como o forte e pragmático Caifás, personagem da Paixão de Cristo, mesma força que ele empregava na defesa dos direitos a igualdade racial através da coordenadoria CORAFRO de Macaé, uma paixão diária dos últimos anos.
Agora, se emudece o ultimo refletor, a platéia ergue-se em estridente aplauso, os deuses do teatro se emocionam e sucumbe de paixão a cortina que se fecha para a vida, mas se abre para a eternidade, pois só aqueles que puderam tocar a divindade através da sua arte encontraram as harpas a tocar odes à alegria de ser quem é...”

FABIO ERRE