sexta-feira, 15 de maio de 2009

FELICIDADE SÃO GOTAS DE ORVALHO...

FELICIDADE


Olhe
E tente perceber o mistério
Profundo
Que minha alma encerra,
Há aqui todo um mundo de interrogações
Que a simplicidade do vento pode dizer
Esclarecendo ao dia
Verdades do lodo escuro
Às vezes somos fortalezas, um lobo escuro a escolher a presa
Outrora somos meros feixe de luz
Cuja sombra do que tememos nos torna eclipse de um medo,
De um sobrenome que maldizemos...
Afagos de mãos calejadas podem ferir a epiderme
Quando esta não se vê preparada
Para receber caricias tão acostumada está a levar pedradas
Tudo é uma sucessão de frações de segundo
O mundo pode ser um novelo a trilhar a rota da novela
E ela, sem galã ou moçinha, caminha para a tragédia no ato final
Abrem-se as pesadas cortinas
E se revela para a vida, a alma feita pérola
Esconde-se no profundo de uma concha no fundo do mar
Somos todos um oceano de fracassos
Tentando pescar vitórias no lamaçal lúgubre
Onde repousam sem descanso todas as nossas incertezas, certas
De que ali é o melhor lugar
Para passar a noite sem luar,
Se abrigar das tempestades de luz e calor,
Colher as flores de Baudelaire
E vestida em maltrapilhos de seda e linho
Casar-se com o desconhecido... Eis aqui o prometido
Desde tua tenra infância
Quando de joelhos rotos buscavam nos céus as repostas
E encontrava no chão suas dores e dissabores
Tão amigavelmente familiarizadas
Que acreditava ser isso
A tal felicidade.

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