Caminhos
crus de uma nudez parada.
Seguir
como, se desconheço
Qual
é a real jornada?
Errante,
o caminho inconstante
Eu
faço do moleque
A
ferida que cresce e mata.
Olhai,
com o teu olhar mais baixo
Vês?
Que
além dos vermes há
A
semente germinante
E
dela a qualquer instante virá
A
fúria de urânios...
Das
senzalas brotarão botões de desespero
E
conforme girar este novelo
Eu
hei de um dia vê-lo
Julgado,
depois atormentado,
Decapitado
E
longe, nos longes
Fundo
em meio a fundos
Um
par de olhos com lágrimas
Em
uníssono som
Alto,
em brado, gargalhará
Todos
em desequilíbrio se virarão
E
verão
A
menina toda de negro os fitará
Mostrando
as marcas de guerra
Nada
falara
Os
velhos, suas medalhas, uniformes, estopins, condecorações
Com
vergonha, o sangue a pulsar nas cicatrizes
Sairão
Reconhecendo
naquelas marcas o toque de suas mãos
Assistirão
em seus filhos, carrascos de si mesmos, desejando
O
revés de seus próprios partos
Enquanto
a menina, grande, maior que o mundo
De
alma límpida, fronte lavada
Sem
receio algum sairá com a mão ao seio
Em
meio ao mudo estridente receio
Da
multidão calada,atônita, sangrada
E
ai do infeliz que ver, e assim disser:
-Pobre
coitada.
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