domingo, 25 de março de 2018

O PARTO




Surgi de mim o segredo
Como surgi em ti o desejo
O clero, a pose, a madre, a lei...
E eu, o que sei eu que nunca li
A bula que não veio em ti.
Fiz do meu segredo o maior erro
Tolices, palavras jogadas em vão
Na tábua corrida de mim, morri
Não me matei, tornei-me eterno
E agora, a água e o ferro
Que não refletem o que sou
Me trancam na caixa negra, e esperam
Que eu surja para sacar a cruz
Eu rio do brilho da mesma sem luz
Suga
O morto vermelho que nunca vi
As últimas lágrimas
Do doloroso amor que pari.
Assim, nociva, a vida veio a mim
Não me deixou um beijo
E eu, leigo... Esqueci.

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